Politica

Ucrânia critica escolha de ópera russa por teatro italiano

Teatro alla Scala abrirá temporada com ópera Boris Godunov

O cônsul ucraniano em Milão, na Itália, Adrii Kartysh, criticou formalmente a escolha de uma ópera russa para abrir a nova temporada de apresentações do tradicional Teatro alla Scala e pediu que a programação “seja revista”.

Kartysh enviou uma carta ao superintendente do Scala, Dominique Meyer, ao prefeito de Milão, Giuseppe Sala, e ao governador da Lombardia, Attilio Fontana, afirmando que a escolha pela ópera “Boris Godunov”, e também por um recital da soprano Anna Netrebko, podem apresentar “eventuais elementos propagandísticos” do governo de Moscou.

O representante de Kiev na cidade italiana agradeceu às autoridades por “manifestarem apoio, sempre palpável” dos italianos ao país desde o início da guerra “desejada pela Federação Russa, que continua a lacerar a nossa paz, subtraindo vidas humanas preciosas de maneiras cada vez mais aterrorizantes”.

“Mesmo porque a cultura é utilizada pela Federação Russa para dar peso na afirmação da sua grandeza e potência, assegurar a sua propagação não pode nutrir a imagem do regime hoje vigente e, por extensão, as ambições aceleradas e os seus inúmeros crimes. Por isso, é preciso revisar o programa da temporada para bloquear eventuais elementos propagandísticos”, acrescentou ainda.

O anúncio de que a ópera russa “Boris Godunov” iria abrir a temporada de apresentações foi feito no dia 6 de junho deste ano. À época, Meyer justificou a escolha dizendo que não era a favor “de uma caça às bruxas e nem do cancelamento de obras russas”.

A programação 2022/23, que começará em 7 de dezembro, terá pelo menos 272 espetáculos, entre eles, 10 concertos da Filarmonica della Scala.

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